A comissão, constituída como manda a tradição, por um grupo de jovens, nomeadamente José Ribeiro, Rogério Ribeiro, Adelino Nunes, José Henriques, Ricardo França, Rui Martins, Bruno Santiago, Carlos Santiago, Flávio Correia, Sérgio Silva, Arlindo Almeida, João Silva, João Miguel, Jorge Silva e João Paulo França propõe para este ano o seguinte programa:
Sábado - 5 de Maio
23:30 - Descarga de Fogo de Artificio
Domingo - 6 de Maio
A comissão agradece desde já a todos os que colaboraram para a realização destes festejos e conta também com a vossa presença.
Pormenores do santuário e festejos de 2006 podem ser vistos aqui.
3 comentários:
Convido os nossos "blog visitors" a ler o editorial do "Correio de Azeméis" assinado pelo Sr. Prof. António Magalhães desta semana.
Abraços
Nuno Jesus
"Nossa Senhora Rainha das Flores
Prof. António Magalhães
Na fidelidade a uma devoção de séculos, Travanca estará em festa no próximo fim-de-semana.
No vasto calendário das romarias da região, a de Nossa Senhora das Flores situar-se-á entre as de mais longa idade. Escrito dos meados do século XVIII fala-nos desta veneração, apontando-se já uma grande antiguidade. No “Inventário Artístico de *Portugal”, o Padre Dr. Nogueira Gonçalves classifica a escultura da “Virgem com o Menino” como “de calcário e oficina coimbrã, do fim do século XV”. A beleza panorâmica, estendida até ao mar, terá determinado a escolha do local para a edificação do primeiro templo, e o esplendor das flores silvestres, ao longo da colina, deu-lhe o nome. De tal modo que à velha ermida lhe chamaram também, em épocas recuadas, de Nossa Senhora Rainha das Flores.
Uma velha publicação diocesana refere que a festividade a Nossa Senhora das Flores teve lugar, talvez durante séculos, no dia 1 de Maio. O mesmo escrito de 1905 revela que nesse ano se optava já, como actualmente, pelo primeiro domingo do mês, mas não esclarece a partir de quando.
A actual capela veio substituir uma outra, situada um pouco à esquerda, que só os menos jovens poderão recordar. O Padre Dr. Nogueira Gonçalves, a quem foram facultadas várias fotografias, classifica-a de “santuário pequeno e incaracterístico, como tantos da região”.
Na “Actividade Pastoral da Diocese do Porto”, minucioso trabalho elaborado pelo Cónego Dr. Ferreira Pinto, e publicado em 1951, já após a sua morte, lê-se que a capela foi aumentada no tempo do Padre José de Pinho, tendo-se gasto nas obras dez contos, quantia notável para a época. Este pároco antecedeu o Padre Benjamim dos Santos Ferreira Neves, falecido, em Travanca, no ano de 1948, e que aqui permaneceu longos anos. Antes estivera o Padre António José Valente da Costa Leite, natural de Loureiro, que por sua vez sucedera ao Padre Modesto da Costa Pessoa, uma figura que pertence à história de Travanca.
Curioso é que este Padre Modesto, que permaneceu também em Macinhata da Seixa durante três anos, paroquiou Ul entre 1880 e 1900, ano em que foi transferido para Travanca, “trocando” com o Padre António da Silva Nunes, natural dos Covais, em Pinheiro da Bemposta. O mesmo estudo informa que, no tempo deste Padre António Nunes, a igreja de Travanca, recentemente demolida para dar lugar ao novo templo, em fase terminal de construção, “teve uma reparação geral, foi aumentado o seu corpo e construída a torre, cobrindo-se tudo com telha nova”. Obras vultuosas que seriam concluídas pelo Padre Modesto.
Este Padre Nunes, homem de raro dinamismo, viria a paroquiar Ul, onde jaz, desde 1900 até à morte precoce, em 1924, realizando aqui uma actividade notável, tanto no religioso como no material. Infelizmente - porque a memória dos homens é demasiado frágil e a ingratidão moeda corrente - não foi ainda devidamente assinalada a acção de um verdadeiro apóstolo que, em tempos de guerra (1914–1918), saciou a fome aos desprotegidos na sua residência do Outeiro do Moinho, onde a irmã Teresa cozia semanalmente as fornadas de boroa distribuidas aos muitos que ali acorriam.
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A actual capela de Nossa Senhora das Flores, ampla, de linhas elegantes e airosas, foi inaugurada solenemente no dia 4 de Maio de 1958. Um dia de festa jubilosamente assinalado.
Nascido no lugar do Serro, na freguesia de Ul, mas radicado em Travanca, Manuel Joaquim da Silva partiu, novo ainda, para o Brasil, o sedutor Eldorado da época, onde diziam florescer, generosa, a sonhada “árvore das patacas”. Tal como na generalidade dos nossos emigrantes, o propósito firme era o de um regresso tão rápido quanto possível, logo que conseguido razoável desafogo económico. Mas seriam, afinal, tempos difíceis.
Talvez que, nas vésperas da partida, subisse uma outra vez o Monte de Nossa Senhora das Flores e aí deixasse uma prece e um voto. Após dura luta de muitos anos, começando, na conhecida prática, pelos trabalhos mais humilhantes, singrou como empresário da construção, o que lhe permitiu cumprir o voto, erigindo, unicamente a expensas suas, o templo que coroa o monte, sob projecto feliz do Arquitecto Aristeu Ravásio Gonçalves. Um cidadão que revelaria a grande generosidade do coração em muitas outras ocasiões e nas mais variadas circunstâncias, sempre que vinha a Portugal, o que fazia com frequência. Desventuradamente, por razões que lhe foram alheias e de que resultaria vítima inocente, não foram de felicidade os últimos anos de vida de Manuel Joaquim da Silva, que jaz na cidade do Rio de Janeiro.
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Ao longo dos anos, sucessivas comissões de entusiastas travanquenses foram embelezando o recinto, cujo alargamento foi possível após a cedência de terreno por parte de beneméritos. Todo o vasto adro encontra-se belamente arranjado, constituindo apetecível espaço de lazer que muito honra quantos fizeram e fazem dele um grande amor das suas vidas.
Por certo que os apaixonados travanquenses, no seu conhecido bairrismo, saberão assinalar, com a merecida dignidade, as bodas de ouro do santuário, o que acontecerá nas festas de 2008. Momento para a devida consagração do inesquecível benemérito Manuel Joaquim da Silva."
Grande repto este, lançado aqui pelo Prof. Magalhães...
Esperemos, e desde já deixo aqui a minha disponibilidade para isso mais uma vez, que no próximo ano e já com a Nova Igreja inaugurada, Travanca se 'dispa' de algum bairrismo popular no que toca aos festejos de cada capela, e todos em colaboração nos empenhemos nuns festejos dignos nessa data.
Data que não poderia ser melhor, dia 4 de Maio será um Domingo!
A todos os que temos levado a cabo os festejos e que provavelmente lá estaremos para o ano, quero já deixar a nota do que teremos de começar a preparar e a todos os outros Travanquenses ou não, esperamos poder contar convosco para que nessa data possamos celebrar as bodas de ouro da capela e lembrar dignamente Manuel Joaquim da Silva, seu benemérito.
Antes disso, temos ainda os festejos deste ano... Compareçam!
Um abraço
José Ribeiro
Quero deixar aqui os meus parabens a todos os que se empenharam na organizaçao destes festejos, que muito nos orgulham e engrandessem a nossa Travanca.
Mais um ano pudemos ver a grandiosidade deste culto tanto na descarga de fogo de artificio no sabado a noite, como no aumento da afluencia de peregrinos no domingo, participando na procissao, assim como tambem na ornamentaçao da Capela, que este ano superou todas as nossas expectactivas.
Tudo isto nao seria possivel sem o empenho de alguns dos nossos jovens (e de S. Pedro), que nos continuam a surpreender, pois com muito pouco dinheiro conseguiram tao dignamente homenagear a nossa Mae do Ceu.
Deixo aqui o meu conselho aos outros membros das comissoes de festas da nossa freguesia: Ponham os olhos nestes jovens e usem o nosso dinheiro a favor da nossa terra, pois decerto que os Santos da nossa freguesia apreciarao muito mais.
Cumprimentos.
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